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Foto: Arquivo Familiar (Reprodução) |
O Sertão Sergipano não será
o mesmo sem a alegria e a persistência de um dos maiores incentivadores do
esporte na cidade de Canindé de São Francisco. O Diamante Negro do rádio, o
professor Diassis, como era conhecido Francisco de Assis da Silva, 50 anos, que
acabou evoluindo a óbito após 50 dias internado no Hospital de Urgência de
Sergipe (Huse).
Com muitas homenagens e
mensagens de carinhos nossa equipe manteve contato com alguns amigos e
familiares.
O empresário Paulo Costa, da
Rádio Xingó FM, a qual Diassis trabalhava fez suas homenagens: “A honestidade, a inquietude e a
perseverança são virtudes raras nos homens de hoje. Alguns os tem em pequenas
doses e alguns não reúnem todas ao mesmo tempo. Mas o nosso Diassis as tinha
todas em abundância . Tanto no seu trabalho na escolinha de futebol como nos
programas de rádio que comandou ao longo da vida o diamante negro sempre pautou
sua vida com essas virtudes mas, dentre todas as virtudes de Diassis, a que
mais deixará saudades será a sua capacidade de fazer amigos. Nisso o nosso
Diassis foi pródigo ao longo de sua vida, tanto no esporte como nos microfones.
Diassis nunca se abateu nem cultivou inimizades, mesmo diante das adversidades
e da falta de apoio aos seus planos no esporte e na comunicação. Se faltava
apoio aos seus projetos, Diassis respondia com vontade e sem rancor para
toca-los à frente. Diassis vai deixar saudades em todos aqueles que tiveram o
prazer de tê-lo conhecido. Vá em paz amigo Diassis que seu legado não será
esquecido”.
O filho Robinho também falou
do projeto da Escolinha Diamante Negro: “Meu
pai fundou a escolinha no ano de 1999, todos os jogadores jovens, hoje já pais
de família, passou por ele, muito tempo sem o apoio devido, mas nunca parou,
iniciou aqui no campo da Agrovila, mas envolvendo jogadores de toda a cidade:
Olaria, Bairro da Torre, Assentamento Cuiabá, Povoado Curituba, tinham os
meninos de lá. A gente sabia que era difícil porque não tinha ajuda, mas ele
nunca desistiu. Ele sempre acompanhava os alunos nas escolas, acompanhava o
desenvolvimento. A gente fica triste, mas ao mesmo tempo felizes porque ele
ajudou muita gente, muitas pessoas a serem o que são hoje, pessoas de bem e
acredito que Deus colocou ele em um bom lugar, com certeza. O legado dele está
aí, tenho certeza que não iremos esquecer”, finalizou.
Um companheiro de rádio, há
mais de 06 anos, Nivaldo Alves, também falou do amigo que irá deixar muitas
saudades: “Ele batalhou muito, era
apaixonado pelo esporte, sabia trabalhar com isso, ele era o pioneiro. Há mais
de 20 anos que conheço Diassis, uma pessoa direita, apaixonada pelo esporte de
Canindé, merecia e muito um reconhecimento das autoridades, que não teve esse
reconhecimento. A gente fica triste pela situação, nós perdemos um grande
amigo, eu perdi um amigo, parceiro, irmão, eu aprendi, no rádio, aprendi com
ele. Não tenho palavras para descrever, ele era um ser humano extraordinário,
brincalhão com todos, tinha os projetos dele, acabou adoecendo, mas tinha os
projetos dele”, concluiu.
A filha Thaís Franciele
falou do pai Diassis, um verdadeiro herói para os filhos e para muitos garotos
que sonhavam com o esporte: “Meu pai foi
o melhor pai que pode existir no mundo, pra mim, para os meus irmãos, foi àquele
cara que nos deu educação, nos ensinou que devemos amar o próximo, respeitar o
próximo e acima de tudo existir a humildade, ele sempre falava pra gente que a
gente tinha que ter muita humildade, que no final o que contaria seria isso,
meu pai foi um exemplo de pai para todos nós, é tanto que a partida dele está
sendo muito difícil porque ele era um cara muito carinhoso e presente na vida
dos filhos, meu pai era tudo, era um cara sensacional, um cara muito presente,
um cara que ouvia, dava conselhos, que estava ali para ajudar, estava disposto
para tudo, era um verdadeiro herói, não só para os filhos, mas para muitos
garotos, meu pai às vezes deixava de comprar coisas pra gente para ajudar o
próximo, o filho de um próximo, e ele sempre fez isso, ele sempre fez aquilo
que achava que deveria fazer, já presenciei várias vezes uma criança não ter
condições de comprar uma chuteira para jogar futebol e meu pai estava ali
disposto a tirar do dele para ajudar”, finalizou.
O Radialista Rodrigues
Filho, um grande parceiro que contribuiu para o início de Diassis no rádio
falou como surgiu o slogan “O Diamante Negro do Rádio”: “Diassis foi meu braço direito, nessa luta incansável que estivemos em
Canindé, ele foi meu braço direito, as pessoas, muitas delas, tem memórias
curtas, o que Diassis fez ao meu lado foi de grande importância. O futebol de
Canindé era um antes de Rodrigues Filho e Diassis, Cazuza também tem sua
parcela de contribuição, e outros e outros, o futebol de Canindé antes da gente
fazer o primeiro programa que era o “Panorama Esportivo” na Rádio Xingó FM, o
esporte de Canindé era um, e depois da nossa luta em diante o esporte teve
outra cara. A mudança do campo de Canindé para o Estádio Municipal de hoje, com
cabine de imprensa, gramado, arquibancada, isso tudo graças aos políticos, mas
com as nossas críticas, pegando no pé pesado, criticando e elogiando na hora
certa, e hoje o município tem um Campo de Futebol com uma outra estrutura.
Diassis tem uma história linda trabalhando com escolinhas de futebol de base,
esse slogan “Diamante Negro do Rádio” foi eu que coloquei nele, dei a primeira
oportunidade pra ele, quando eu assumi o programa de esporte de imediato chamei
ele, e coloquei esse slogan pela luta que ele fazia”, concluiu.
Kaká Andrade também falou da
importância de Diassis no esporte municipal: “Muitos jovens hoje que cursam faculdades, outros que já estão
formados, muitos, muitos passaram pela escolinha de Diassis e tiveram um
acompanhamento, ele utilizava o esporte para formar um cidadão, não apenas um
atleta, mas formava acima de tudo um cidadão, e com isso muitos desses alunos,
que não davam o devido valor ao estudo mas gostavam do futebol, e o Diassis
acompanhavam o desenvolvimento de todos na escola, acabavam estudando mais e
criaram o hábito de estudar e se formaram cidadãos. A importância de Diassis
para o esporte de Canindé ela vai muito além do esporte, ela vai na direção da
formação de cidadãos, é isso que ele fez durante toda a vida. Seus filhos,
todos são atletas, é uma vida dedicada ao esporte e na imprensa, ele gostava do
rádio, sempre procurava programas esportivos e com a sua simplicidade, durante
a sua vida, cumpriu o seu papel aqui na terra, infelizmente para nós
prematuramente ele se foi, tinha um problema grave no coração e há um bom tempo
se tratando disso e agravou-se com um AVC, um AVC muito violento e perdemos
Diassis, como diz, vai um homem e fica a sua história. As páginas do Esporte de
Canindé de São Francisco se bem contadas tem que passar por nomes como Diassis,
o Diamante Negro e Dão, que tinha também um time de futebol, que dedicou tanto
tempo ao futebol e a cultura, dois cidadãos simples, que em vida, mesmo sem
muitos recursos, souberam cumprir as suas missões aqui na terra”,
finalizou.
O Site Jornal do Sertão
lamenta o falecimento de Francisco de Assis da Silva e se solidariza com os
familiares e amigos.
Por Damião Feitosa
Jornalista DRT-0005839/BA
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