![]() |
Foto: G1 |
O piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais,
de 31 anos, preso suspeito de envolvimento na emboscada que levou à morte
chefes do tráfico de drogas, diz que teme pela vida e não tem envolvimento com
o crime. Ele foi localizado em um condomínio de luxo de Caldas Novas, no sul do
estado. O homem usava um documento falso com medo de ser localizado pela
organização criminosa, segundo as investigações.
“Fui apenas contratado para fazer um voo de
Fortaleza para São Paulo, não tenho ligação com facção e nem com o crime
citado”, disse. Ao ser questionado se teme ser morto dentro do presídio, foi
enfático: “muito”.
A Polícia Civil chegou até o suspeito durante
outra investigação, que procurava um piloto desaparecido suspeito de tráfico de
drogas. Porém, quando o prenderam, descobriram que ele tinha um mandado de
prisão na Justiça do Ceará.
“Ele é um foragido da Justiça e, segundo ele,
estava com medo de ser abordado por algum membro de alguma facção e ser morto”,
disse o delegado Valdemir Pereira.
Felipe é suspeito de envolvimento na morte de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue,
Fabiano Alves de Souza, o Paca, considerados dois chefes de uma das
maiores quadrilhas de tráfico de drogas do país. Os crimes aconteceram em
fevereiro, no Ceará.
Depois da prisão, Felipe admitiu que
trabalhava para um dos suspeitos do crime. Ele tem uma empresa de táxi aéreo e
era contratado para fazer diversos voos, mas alega que não sabia de nenhuma
atividade criminosa.
“[No dia do crime,] Eles pediram para os dois
desembarcarem e eu só escutei os tiros. Falaram que se eu falasse alguma coisa,
que eu morreria e minha família também morreria”, contou o suspeito.
Desde então, alega que tentou fugir e tentou
se proteger da organização. “Eu tentei parar de trabalhar para eles, mas fui
até torturado. Tenho até hoje as marcas no meu braço. Eles me falaram que ou eu
colocava alguém no meu lugar ou ele me mataria”, disse.
Apesar de estar foragido, Felipe mantinha uma empresa de aluguel de aeronaves em
Goiânia. Dos quatro helicópteros da empresa, dois estão proibidos de
voar pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Um dos helicópteros da empresa em Goiânia,
com matrícula PR-HDA, era pilotado por Felipe quando ele foi preso no Ceará em
2012 transportando 173 kg de pasta base de cocaína. Neste caso, o piloto foi
condenado na 2ª instância, no mês passado, a seis anos e dois meses de prisão
no regime semiaberto.
A
emboscada
Felipe era piloto do helicóptero usado na
operação em que os chefes do tráfico foram assassinados. Na época, ele
informou, por meio de seu advogado, que foi contratado por Wagner Ferreira da
Silva, conhecido como Cabelo Duro, também da cúpula do Primeiro Comando da
Capital (PCC) e executado a tiros na frente de um hotel em São Paulo dias
depois.
O piloto afirmou que deveria levar
passageiros do Ceará para São Paulo, mas foi obrigado a pousar pouco depois da
decolagem. Felipe negou ter simulado uma pane na aeronave e disse que viu as
execuções na reserva indígena de Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza.
Gegê do Mangue era foragido da Justiça e
apontado como o segundo chefe na hierarquia da facção criminosa de São Paulo,
abaixo apenas de Marcola. Os corpos dele e de Paca foram encontrados com marcas
de tiros. Nove câmeras de segurança captaram os detalhes da
emboscada.
Informações do G1
0 comentários:
Postar um comentário